sábado, 15 de novembro de 2014

Manifestação do dia 15 de novembro em São Paulo

Neste feriado da Proclamação da República, manifestações foram marcadas em cidades de todo o Brasil e este que vos escreve foi conferir a manifestação de São Paulo. O ponto de encontro foi em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo) na Avenida Paulista. Deixando claro que o intuito do artigo não é manifestar minhas opiniões políticas, mas sim, compartilhar o que vi durante o trajeto.




O horário marcado foi as 14:00 hs, cheguei por volta de 14:15 hs, e já havia alguma aglomeração em frente ao MASP, haviam três carros de som, cada um de grupos diferentes, os dois primeiros estavam mais ou menos alinhados em seus ideais, o terceiro pelo que pesquisei estava pedindo intervenção militar (WTF?!), ainda bem que não vi o terceiro, pois teria dado as costas e ido embora, aliás, este foi o motivo do abandono de um dos maiores agitadores da manifestação nas redes sociais, Lobão.




Trabalhadores ao longe vibrando com a manifestação.


Como fiquei mais perto do primeiro carro de som, o discurso focou em mais democracia e fora PT, os organizadores não compactuavam com a ideia de impeachment da presidente Dilma, pois não há provas as quais comprovam que ela está envolvida nos escândalos envolvendo a Petrobrás, o chamado Petrolão, mas segundo delação premiada, Dilma sabia e Lula também, isso provocou a ira de uma senhora que berrava sua indignação.






Seguindo pela Avenida Paulista até a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e depois indo em direção a Praça da Sé, a manifestação foi tranquila, crianças e idosos participaram da caminhada, vi duas badernas pequenas, havia pessoas xingando, mas sem saber do que se tratava, fui embora. Algumas pessoas simpatizantes a ideologia comunista balançavam suas bandeiras vermelhas das janelas de seus apartamentos e foram hostilizadas pelas pessoas nas ruas com xingamentos.


Está escrito no papel: "Bando de Alienado."


O bom humor na manifestação.






E assim foi a caminhada que durou cerca de 3 horas e meia até seu encerramento na Praça da Sé, com discursos de conservadores famosos das redes sociais, a contragosto dos pobres mendigos que não conseguiam dormir devido à barulheira causada pelos defensores da democracia.


The End.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Teimosia - O Fracasso da Seleção Brasileira

Com o perdão da palavra, peço desculpas pelas mal escolhidas palavras que virão a seguir. Este que vos escreve comentar sobre futebol é como pedir a um doutor da lei executar uma cirurgia cardíaca, porém, vejam se tenho razão em meus argumentos. O Brasil é conhecido como o País do Futebol, somos cerca de 200 milhões de brasileiros (1) e acredito que a esmagadora maioria possui conhecimento futebolístico, logo somos todos técnicos.

Na doutrina cristã, há sete pecados capitais (2): vaidade, avareza, luxúria, inveja, gula, ira e preguiça. Pergunto-me por qual razão a teimosia não poderia ser um oitavo pecado capital?! É uma pergunta intrigante sem dúvida, daria para fazer um belo ensaio questionando sobre o tema, porém não é o que este texto quer explanar, mas fazendo uma rápida exposição, a teimosia é uma faca de dois gumes, quando um sujeito teima por seguir uma determinada linha de pensamento, há dois resultados possíveis: sucesso ou fracasso.

Pois bem, eu aponto a culpa do fracasso da seleção neste fatídico oito de julho de dois mil e quatorze como sendo a teimosia do técnico Luiz Felipe Scolari.

Recapitulação.

Fazendo um rápido retrospecto, em 2010, após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 2010, substituindo Dunga entra Mano Menezes, cujo período de atividade entre 2010 e 2012 acumulou fracassos como a eliminação da Copa América em 2011 (3) e a eliminação nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 (4).

Em 2013, Luiz Felipe Scolari assume o comando da seleção brasileira, após uma tumultuada passagem pelo Palmeiras (5). Seria uma nova injeção de ânimo, já que o técnico comandou a vitoriosa campanha do Brasil na Copa do Mundo em 2002 (6). Aparentemente estava tudo indo bem, inclusive com a conquista da Copa das Confederações em 2013 (7).

Realizo a seguir duas ponderações sobre argumentos apontados como possíveis causas da derrota da seleção brasileira.

1. Falta de entrosamento.

A falta de entrosamento é uma inverdade, uma vez que há atletas que competem juntos há pelo menos três anos. Analisando a equipe de 2010 a este ano, alguns jogadores que atuaram em competições e permaneceram na equipe são: Julio César (2010 e 2014), Thiago Silva (2010, 2012 e 2014), Ramires (2010, 2014), Neymar (2010, 2012, 2013 e 2014), Fred (2010, 2013 e 2014), Hulk (2012, 2013 e 2014), Oscar (2012, 2013 e 2014), Marcelo (2013 e 2014), David Luiz (2013 e 2014), Dani Alves (2013 e 2014) e Paulinho (2013 e 2014).

2. A falta de identificação da seleção com a população.

A Alemanha há seis anos mantém a mesma base de jogadores (8), logo o entrosamento é maior, evidentemente - ainda mais que muitos de seus atletas atuam no mesmo clube, Bayern de Munique (9) -, porém, o argumento de que na seleção brasileira há muito atletas que atuam fora do país e seria a falta de identificação com a torcida um dos fatores da derrota também vai por água abaixo, pois a seleção espanhola é composta basicamente por jogadores do Barcelona e Real Madrid (10) e foi eliminada desta Copa ainda na primeira fase (11). Outro argumento de muito utilizado é a de que a Espanha possui um time velho e desgastado, de fato, porém justificar que há jogadores velhos na equipe não é verdade, como citado neste parágrafo, a Alemanha mantém a mesma base há seis anos e há pelo menos um jogador alemão que disputou quatro copas, Miroslav Klose (12).

Finalmente, a teimosia.

No jogo entre Brasil e Colômbia, a seleção brasileira estava vencendo com dois gols, o técnico Luiz Felipe Scolari poderia muito bem, substituir dois jogadores Neymar e Thiago Silva. Porém o treinador preferiu esperar um cartão amarelo para Thiago Silva, um gol colombiano e uma desleal entrada que tiraria um dos melhores jogadores da equipe, Neymar (13).

Se o time entrosado já apontava falhas, como o meio de campo que não estava funcionando com Paulinho, o que se viu na partida contra a seleção alemã foi justamente a exploração desta falha, o inexistente meio de campo permitiu que os alemães atropelassem a defesa. Seria interessante substituir algum jogador para suprir a região mais frágil da equipe, o centro avante. Porém a teimosia do treinador em escalar Fred, centro avante clássico, permitiu que não apenas a Alemanha, ma todas as seleções com as quais o Brasil jogou partidas, anulassem qualquer chance do atleta do Fluminense atuar com liberdade.

A teimosia do técnico em insistir com determinados jogadores e em manter posições fixas mostra a vulnerabilidade de Luiz Felipe Scolari em não saber mexer na equipe em momentos críticos.

Se Neymar e Thiago Silva tivessem jogado a partida a história teria sido diferente? Ninguém sabe, a história é cheia de questionamentos desta natureza e a lição que ela mostrou é no futuro, não repetir os erros do passado. Agora que venha Argentina ou Holanda.

O Futuro.

Deixo uma pergunta intrigante, em 1920 o Brasil perdeu por 6 X 0 para o Uruguai (14), será que daqui a 90 anos, os brasileiros sentirão a mesma frustração que nós sentimos hoje? Acredito que a frustração dos brasileiros em 1920 não tenha sido a mesma que hoje porque de lá para cá, o Brasil conquistou cinco mundiais. Daqui a 90 anos, se o Brasil for campeão novamente - e acredito que será -, como será a frustração deles? Ateando fogo em ônibus (15)?

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Problema: Pesquisa do AVG ao abrir o Chrome ou ao abrir uma nova guia

Qual a surpresa ao abrir o Google Chrome e ao invés da sua página inicial o que aparece é uma página de busca do AVG, ou ainda, ao criar uma nova guia a página do AVG é a que se abre, você tenta mudar as configurações de página inicial, exclui a extensão no navegador e o problema persiste.

Uma solução bastante simples é a de desinstalar o AVG SafeGuard Toolbar no Painel de Controle.

Não sei se a dica funciona para outros navegadores, qualquer coisa deixe seu comentário.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Auxílio e pensão a campeões mundiais de futebol


Estamos aqui para mais uma matéria cretina da Perguntas Intrigantes, e mais uma vez trazendo a mesa de debate mais uma questão de relevante valor social e moral, seguindo as políticas pilianas de ensinar o ignorantes e torná-los bons cidadãos.

Trago a discussão o auxílio e a pensão que o governo resolveu, nos dizeres de Joaquim Barbosa, sorrateiramente, inserir na tal Lei Geral da Copa, uma lei pública que vai regular um evento privado, coisas do nosso sistema legislativo, mas enfim...

Primeiramente gostaria de reiterar o meu desprezo pela figura política do Aldo rebelo, já não é a primeira vez que ele usa oportunisticamente o esporte como forma de promoção política, a primeira foi com a CPI da CBF, que não deu em nada, só em promoção a políticos pouco preocupados com a situação do esporte no Brasil.

Essa lei, é completamente inconstitucional. É conceder privilégios a uma categoria de pessoas, e mais do que isso, de esportistas. E aqueles que defenderam a seleção e se encontram em situação de miserabilidade, como ficam? não receberão pensão e nem auxílio porque não foram campeões mundiais?

Por que o senhor Aldo rebelo se esquivou de responder as razões de fato e de direito para que esses institutos (auxílio e pensão) só beneficiem campeões mundiais de futebol,  e os outros esporte? e os campeões mundiais de outras modalidades que se encontram em situação de necessidade em maior número e grau de necessidades que os futebolistas? não fazem jus a tais benefícios?

Talvez se ele respondesse, diria que estamos no "país do futebol", ignorando o fato de que o volei e o MMA e outros esportes possuem mais campeões mundiais vivos em estado de necessidade e miserabilidade do que futebolistas, provavelmente.

Nossas honras devem ser dirigidas ao Tostão, que foi o único que se recusou a receber esse benefício, pois assim como ele, muitos dos campeões mundiais de futebol não precisam, então não existe razão para esse enriquecimento sem causa.

Nós, da Perguntas Intrigantes acreditamos que o futebol, por se tratar de um ramo do setor econômico atualmente, já deveria contar com mecanismos privados de assistência para ex-jogadores de futebol, sem a necessidade de auxílios e assistências governamentais.

Esperamos que esta lei não seja, nos atuais termos, aprovada no Congresso Nacional, e caso seja, que seja atacada pela via concreta do controle de constitucionalidade, pois fere frontalmente o princípio da igualdade, consagrado no caput do artigo 5 da Constituição.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A força da fé do sertanejo

 

Texto cedido por João Batista de Lima

Coronel PM - Reformado

 

No posto de Capitão exerci as funções de Comandante da Companhia de Polícia de Cajazeiras, no alto sertão da Paraíba, de janeiro de 1983 a setembro 1984. Além da cidade sede, a Companhia era responsável pelo policiamento de mais 15 cidades, inclusive Souza, uma das maiores da região. Naquele período passei por inesquecíveis experiências como profissional e como cidadão. Convivi de perto com as agruras da seca, com os mecanismos governamentais destinados a prestar auxilio à população e seus meandros de desvios de recursos públicos e, sobretudo, tive contato com a cultura e a fé do sertanejo. De uma maneira sintética, passo a narrar parte desses momentos como forma de registrar detalhes de importantes aspectos da nossa cultura.

Não choveu no sertão da Paraíba no dia de São José de 1983. Na crença do sertanejo estava configurado o início do quinto ano consecutivo de seca. A situação que já era de muito sofrimento para uma vasta população de pessoas que dependiam unicamente das atividades agrícolas naquela região, passou a ser ainda mais complicada. A partir de então, milhares de humildes agricultores, desnutridos, de rostos enrugados e tostados pelo sol, mãos calejadas, maltrapilhos, olhares perdidos, portando sacos de estopa nos ombros onde pretendiam recolher donativos, acompanhados de mulheres e filhos, perambulavam por todas as cidades polarizadas por Cajazeiras e Souza em busca de ajuda para saciar a fome, em situação de desespero.

Diante dessa situação, a Polícia Militar, através do comando local, se aliou aos clubes de serviços, entidade religiosas, integrantes da imprensa e comerciantes, que faziam campanhas para arrecadar e distribuir mantimentos com esse contingente de sertanejos transformado pela seca em uma população de miseráveis. Nessas ações a parte mais difícil era a distribuição dos donativos, uma vez que por maior que fosse a quantidade de gêneros adquiridos, era sempre insuficiente para atender às multidões de famintos, o que exigia sempre a intervenção da Policia Militar. Nesse trabalho a polícia tinha de agir com autoridade para ordenar a distribuição, e com muita sensibilidade para dividir com justiça os sempre escassos donativos, que mal dava para sustentar uma família durante uma semana. Nessas ações, que eu comandava pessoalmente, tíve oportunidade de fazer contato direto com os agricultores e tomar conhecimento dos dramas de cada família. Aos poucos eu ia me envolvendo com aquela situação.

As campanhas de arrecadação de gêneros se sucediam semanalmente, mas a quantidade recolhida era cada vez menor. As possibilidades de ajuda estavam se esgotando. As prometidas medidas de ajuda do Governo passavam por intermináveis burocracias. Começaram a se intensificar o registro de saques nas feiras livres e em depósitos de merenda escolar e depósitos de alimentos nos hospitais. Alguns grandes supermercados também foram saqueados, tendo o maior deles ocorrido na cidade de Souza. Para a Polícia isoladamente, prevenir essas ações era impossível. Reprimi-las era impensável.

Passava do mês de junho quando chegou a ajuda do Governo Federal através da abertura das frentes de emergências em toda a região do sertão. Era um trabalho coordenado por Oficiais do Exército e que consistia na construção de baldes de pequenos açudes, feitos de terra batida, em locais de passagem de água em tempos de chuvas. Os únicos instrumentos empregados pelos trabalhadores eram carro de mão, enxada e pá. Cada obra, quase sempre realizada em terras de apadrinhados políticos, com perspectivas de futuros lucros, empregava centenas de homens e mulheres, a maioria alistada pelos Prefeitos através de critérios inteiramente subjetivos, e muitos deles não trabalhavam, só integravam a folha de pagamento. Era uma rica oportunidade de formação ou fortalecimentos dos curais eleitorais. Esse era apenas um pequeno aspecto da conhecida indústria da seca.

Cada alistado ganhava meio salário mínimo por mês, mas era comum uma família ter mais de uma pessoa alistada. As coordenações das frentes de emergência não dispunham de transportes para os trabalhadores que, por isso, eram obrigados a andar a pé por cerca de duas horas para chegar aos locais de trabalho. Saiam de casa pela madrugada, conduzindo uma vasilha a tiracolo com o almoço, a base de feijão, arroz e, às vezes, ovo cozinhado, e voltavam ao por do sol. Os trabalhadores sabiam que aqueles baldes que estavam construindo não resistiriam às primeiras chuvas, e por isso acreditavam que não estavam produzindo nada, o que gerava uma desmotivação generalizada. Os deslocamentos de ida e de volta para o trabalho, feitos sempre por grandes grupos, parecia uma caminhada de condenados para o cadafalso e lembravam cenas da obra “Os miseráveis”, de Victor Hugo. Presenciei muitas dessas caminhadas, em filas indianas, nas margens das estradas, nas proximidades da área rural de Cajazeiras, nos fins de tardes.

Nesse período o Governo, de forma descontínua e desorganizada, também fazia distribuição de alimentos nas zonas rurais, o que era feito pela Polícia Militar. Muitos carregamentos de feijão e de arroz destinados a esse programa saiam da capital com destino à Companhia de Cajazeiras, mas lá não chegavam. Nunca se soube aonde essas cargas foram parar. Uma das formas de desvios desse material era a simulação de saques nos caminhões. Chegamos a flagrar uma situação dessas, na cidade de Antenor Navarro, atualmente Rio do Peixe, e adotamos os procedimentos de polícia judiciária. Mas um aspecto da indústria da seca.

Embora as frentes de trabalho não fossem suficientes para contemplar a todos os necessitados, nesse período era muito difícil se conseguir uma empregada doméstica nas cidades da região, o que pode ser explicado pelo orgulho ou comodismo das mulheres atingidas por essa situação ou pela baixa remuneração oferecida para esse fim.

Quando era feito pagamento das frentes de emergências, os poucos e pobres cabarés existentes na região, assim como as casas de jogo de baralho e de sinuca, tinham uma movimentação bem maior, sendo comum o registro de pequenos conflitos provocados pelo excesso do uso de bebida alcoólica, o que implicava na necessidade uma maior atenção da polícia. Mas também o comércio das cidades se beneficiava muito com a circulação desses elevados recursos.

Foi se aproximando o final do ano e o quadro em nada mudava. O sertanejo não se conformava em viver de ajuda. O que ele queria mesmo era trabalhar na agricultura, em suas pequenas propriedades ou empregar a sua força produtiva no conhecido trabalho rural de aluguel. E isso só seria possível com a chegada de chuvas. Todos os tipos de experiências adotados na cultura local para prever a chegada de chuvas eram realizados e os resultados sempre eram negativos. As esperanças de um bom inverno no próximo ano estavam se tornando em um tormento. E mais uma vez, a fé foi único caminho que restou a essa gente sofrida. As promessas aos santos de devoção foram se intensificando. Nessas ocasiões São José é unanimidade. Conversei com muitos fiéis que fizeram promessas. A força da fé dessas pessoas me comovia.

Em meio a muitas denúncias de desvios de recursos públicos destinados à assistência da população atingida pela seca em todo sertão, começou 1984, ainda mais seco e mais quente. O Governo, alegando questões orçamentárias, suspendeu as frentes de emergências. Foi como se o Governo hoje suspendesse o programa de bolsa família. Voltou tudo à estaca zero. Recomeçaram os desesperos e os saques. A população ficou apreensiva. Os comerciantes temiam invasões dos seus estabelecimentos. Os políticos locais pressionaram os Governos do Estado e da União para o retorno das frentes de emergências. Por interferência minha, junto aos políticos locais, muitos desses contatos eram feitos do Gabinete do Comando da Companhia de Polícia. O Ministro do Interior Mário Andreaza, em campanha para Presidente da República, ainda em eleições indiretas, esteve em Cajazeiras e, em ato público coberto pela mídia nacional, prometeu atender às todas as reivindicações dos sertanejos.

Chegou o mês de março sem o menor sinal de chuva e sem as prometidas ajudas do Governo. Em Cajazeiras, no dia 19 de março, uma segunda-feira, católicos de uma pequena comunidade realizaram a tradicional procissão de São José.

Depois de uma costumeira ronda de fiscalização do policiamento da cidade e de visitas a algumas autoridades, onde a conversa era sempre sobre a situação dos agricultores, resolvi passar pelo local da procissão

O andor do Santo saiu de uma residência humilde às dezoito horas. Os fiéis, na maioria agricultores, todos em trajes brancos, compareceram ansiosos para receber a graça pedida em meio a tantas orações. Surpreendentemente, desde o começo daquela tarde daquele dia, o tempo estava nublado, abafado, muito quente e seco.

Quando o andor chegou ao meio da rua, carregado pelas mãos calejadas de homens e de mulheres do campo, ouviu-se uma série de trovões que estremeceram a cidade e provocaram a queda de energia elétrica em toda cidade. De repente caiu a chuva mais forte que aqueles fiéis já tinham visto. Seguiram-se relâmpagos que iluminaram as ruas. O azul e branco do andor pareciam focados pelos feches de luz dos relâmpagos, que faziam surgir na escuridão o perfil da imagem do Santo. Parecia efeitos especiais em filmes de ficção cientifica. Os adornos do andor foram caindo pela rua e as velas conduzidas pelos fiéis se apagaram, mas o povo, ensopado, não arredou o pé. Em meio ao cheiro característico do efeito da chuva no calçamento quente, o cotejo teve início com gritos de viva São José e cantos religiosos entoados com entusiasmo por todos. Homens e mulheres estendiam os braços aos céus, acenando com chapéus de palha, em gestos que expressavam uma profunda gratidão. Marcada por choros de alegria e calorosos abraços entre os fiéis, a procissão foi caminhado lentamente. De todo lado chegava gente para se incorporar ao ato. Do interior de Viatura Policial, um Fusca Preto, eu assistia aquela cena de forma intermitente em razão do pouco efeito da ação do limpador que não impedia que o pára-brisa ficasse embaçado, e dos filetes de lágrimas que a emoção me trazia.

Toda cidade comemorou. A partir de então, as chuvas caíram em todo sertão com a regularidade e na quantidade desejadas pelos sertanejos, e não houve mais saques, nem pedido de ajuda, nem fome e nem humilhação.

sábado, 6 de abril de 2013

Frase do dia

"Eu gosto quando as pessoas duvidam de minhas capacidades, é um sinal de que eu posso surpreendê-las. Uma pessoa que tem sua capacidade inquestionável não tem capacidade de surpreender ninguém, pois ela faz aquilo que sempre se espera dela"

- Sir Hermes Cordeiro, filosofo contemporâneo.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O neoliberalismo brasileiro



Estava vendo alguns vídeos de campanhas eleitorais das últimas eleições, e como eu fico irritado com o “discurso lulista” difamatório e distorcido do PT em 12 anos de governo acerca das políticas do governo FHC.

O Fernando Henrique Cardoso, foi no Brasil uma espécie de Ronald Reagan nos Estado unidos ou Margaret Thatcher, na Inglaterra. Grandes expoentes mundiais do Estado neoliberal, amaldiçoado no Brasil pelo “discurso lulista”, defensor de um estado-paternalista, assistencialista e concentrador.

São do período do governo FHC todas as grandes principais leis que versam sobre delegação de serviços públicos ao setor privado, política que baseia-se na doutrina do "estado mínimo". Propõe a "administração gerencial", fundado no princípio da eficiência, em substituição ao padrão tradicional da "administração burocrática".

As privatizações tem por objetivo retirar o Estado de todas as áreas em que sua atuação não seja imprescindível. A própria Petrobrás, que o governo Lula arrota aos quatro cantos que é um “patrimônio do Brasil”, deixou de ser empresa pública e passou a ser uma sociedade de economia mista, abrindo seu capital para o setor privado, fruto de política neoliberal.  

Alguns insucessos em privatizações, malsucedidas, é bem verdade, como por exemplo a Vale do Rio Doce, se deram por conta de um Estado ainda burocrático, defasado, inflacionado, incapaz de gerenciar seus próprios negócios na condição de Estado-empresário.

O sucesso da Vale hoje se dar por conta do sucesso da gerência da iniciativa privada, que, ao nosso ver, sempre será mais eficiente que a administração gerencial estatal.

O problema é que o Brasil vive, desde sua criação quando ainda era império, muito antes da república, passando pela ditadura, que deixou lastros ainda mais marcantes de um Estado-paternalista, que interfere até na vida sexual das pessoas, somando-se a tudo isso, décadas de políticas assistencialistas estatais que tornaram o povo escravo de políticas duvidosas emergenciais de políticos oportunistas e/ou populistas.

Eu tenho pra mim, inclusive, que a solução para a corrupção no Brasil, que tem sucessivos governos com alto índice de corrupção, seria o Estado neoliberal. Quanto menos o Estado participar na economia e nos serviços públicos, menos suscetível á corrupção estaremos.

Seria uma boa experiência dar um abraço na política do "laissez faire, laissez aller, laissez passer", que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar", para que o povo se sinta “órfão” por um tempo e aprenda a andar com suas próprias pernas, pondo fim, finalmente, ao Estado-paternalista no Brasil, o instrumento de corrupção usado por políticos inescrupulosos para escravizar o povo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013